domingo, dezembro 11, 2005

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Quando eu era adolescente, escrevia muito. Muito mesmo, e bem mais do que hoje em dia que sou uma quase-jornalista e deveria ter a escrita como profissão.
Amigos e amigas me elogiavam por ter sempre a palavra certa nos momentos mais difíceis ou especiais, por minha habilidade em me expressar, e eu mesma considerava minhas conclusões e pensamentos escritos muito melhores que os externados de outras maneiras.
o tempo passou, minha oratória melhorou, mas ainda assim todas as minhas amigas acham que eu sou a que tenho mais talento pra escrever. Eu discordo um pouco porque, na verdade, todos têm o dom da escrita, desde que o utilizem com sentimento e envolvimento.
É isso que faz com que as pessoas - poucas, tudo bem - se encantem com o que escrevo: porque é sempre algo escrito de coração, com sentimento, profundidade.
Foi sempre assim: pros outros e pra mim mesma. Porque quando eu mantinha minhas agendas na adolescência, nada mais estava fazendo do que conversando comigo mesma. Sei que muita gente fez isso, e faz até hoje, mas é como se eu não me entendesse mais, agora que elas não fazem mais parte da minha rotina.
O blog talvez servisse pra isso, mas não o fiz com o propósito de que se transformasse num diário. Longe disso. Minha intenção era a de exercitar minha escrita, simplesmente, hábito que andava por demais abandonado.
E aí penso depois desse tempo todo que a escrita é pra mim uma válvula de escape, uma reflexão solitária, uma conversa onde o palestrante e o espectador são a mesma pessoa. Mas nem isso parece adiantar mais... Ele não sabe o que diz nem compreende o que ouve.

2 comentários:

Anônimo disse...

Miga,
é necessario "falar", mesmo q para um "surdo". É preferível isso do q se perder nas teias dos pensamento desordenados... Tenho certeza q nao é em vao!!

Saudade crescente!!!! :o)
Carine

André Roca disse...

Nossa. Li e me vi. É tudo tão confuso. As vezes a gente escreve pros outros. Dai pára, lê, e vê que, na verdade, escrevemos para nós mesmos. E o blog vira um divã. Tão pessoal, tão particular, mas ao mesmo tempo tão midiático, tão popular. Dá medo.